Palavra por palavra
Alguém, em algum momento de minha vida, disse-me que a alma do poeta deve ser leve como uma pluma ou asas de borboleta. Eu não quis responder, entrar em celeuma, despertar discussão que não pretendia alimentar. Mas um pouco da verdade é que a alma do poeta é dura, pesada, sofrida e é por isso que ele segue a vida a se sacudir, espalhado palavras e poemas como o cão que tenta se livrar das pulgas que o incomodam, o poeta tenta aliviar o peso de sua alma dessa forma. Não é fácil carregar as dores do mundo em uma vida tão curta. Imagine passar pela juventude sendo um tolo e, quando começar a entender das coisas da vida, se deparar com a razão que o lembra que tudo está chegando ao fim. Não sei por que o poeta é torturado por assombrações dessa estirpe. Certamente, aqueles que descem a serra têm uma melhor experiência do que os que tiveram a viagem interrompida no caminho. Vou me concentrar em contar o que aconteceu naquela data. Nós nos encontrávamos sempre, eu procurava ...